Cheia de vida?
Minha primeira postagem foi dia 26/10/10, e eu era mesmo cheia de vida.
Cheia de atividades, amigos, viagens, sucesso profissional. Uma família saudável, fama de boa moça na igreja, tudo indo muito bem.
Só que a vida foi passando. A empresa foi decaindo, as viagens diminuindo, a morte chegou bem perto... E tudo isso foi mudando minha visão da vida. Nada contra o que vivi antes, mas eu não era cheia de vida, porque eu achava que vida eram as minhas conquistas, os elogios, os sorrisos, os agrados e a bajulação.
Por fim os que eu pensava amigos se foram e a fama de boa moça também. E quanto mais eu morria, mais eu vivia.
Quanto mais meu chão e minhas paredes desabavam, mais se manifestava a minha verdadeira essência. Me descobri filha da Graça de Deus, escondida em suas asas e protegida da maldade. A maldade existe, dói, mas não me toca.
E descobri que quem é cheia de vida se cuida, faz bolo, cupcake, caixa de sapato, festa, mas acima de tudo, ama. Ama profundamente.
Perdi muitos que considerava como filhos, só para descobrir que havia filhos que realmente me queriam como mãe, que talvez tenham em mim a única referência de Amor em suas vidas.
Descobri que ser cheia de vida é dar vida e dar cores. É impossível ser cheia de vida sem amar, colorir e satisfazer as necessidades do amado.
Deus abriu meus olhos e meu coração ainda mais para os necessitados. Olhar nos olhos. Amar, dar colo, dar lição, dar desenho, dar recursos.
Abri mão do glamour e status que tinha para abraçar o que ninguém está vendo. Caminhei por vontade própria para fora da rodinha. Eu pensava que tinha descido da rodinha do hamster, mas descobri que desci de uma e entrei em outra. Minha vida era governada por pensamentos e vontades que não eram minhas e não combinavam com minha visão e anseio, mas eu não era capaz de enxergar.
Se você está pensando que fiz voto de pobreza, não fiz. E voltarei a viajar assim que possível. Mas o conceito de ser cheia de vida mudou completamente. Ser cheia de vida não é fácil. É enfrentar vida e morte com a mesma serenidade, é estar presente no presente e, acima de tudo, é transbordar.
Meu mais novo projeto é um trabalho junto à Visão Mundial, uma entidade de ajuda humanitária. O trabalho deles é incrível. Mais do que mandar dinheiro, dinheiro que vai para projetos que desenvolvam a comunidade daquela criança, você tem a oportunidade de se relacionar com ela, através de cartas, presentinhos... Já apadrinhei uma criança antes, e agora estou atrás de outros que queiram apadrinhar. Não é marketing de rede, nada disso. Eu realmente quero me juntar a uma organização que faça diferença no mundo, porque é o que desejo para mim. Tocar e marcar quantas vidas puder nessa vida, porque é isso que me enche de vida. Olha esse vídeo feito no nosso sertão. Se quiser apadrinhar uma criança também, entre em contato comigo.
Comentários