Quais são suas intenções com a minha filha?

Pensando num título para o post não pude deixar de pensar nessa frase. Usei só para ficar legal, porque o post não é sobre a filha…
A pergunta real é: "quais são as suas intenções?"
Semana passada enfrentei meu maior desafio até aqui: o meu banheiro!
Na quinta, dia de lavar banheiro, pedi para minha mais que fiel escudeira tirar TUDO de dentro dele, do teto ao chão, e colocar em cima da minha cama. Quase caí para trás quando vi o tudo. Rodrigo chegou para almoçar procurando um canto para dar uma descansada e teve que deitar no sofá. Lembrando do "se não souber por onde começar, comece pelo que está na sua frente", comecei. Primeiro eu ficava só mudando as coisas de lá para cá, tentando juntar coisas parecidas. Gente, será que sou acumuladora??????
Aos poucos comecei a realmente arrumar alguma coisa, mas muito devagar. Tive que parar, respirar e voltar a pensar: quais são as suas intenções?
Comecei a listar mentalmente algumas:
1 - saber o que eu tenho
2 - gavetas que abram e fechem sem esforço
3 - ter apenas o que uso (caraca, nessa foi embora metade do banheiro)
4 - facilitar minha vida no dia a dia.

Quando cheguei na terceira intenção foi muito engraçado: saiu o spray de cabelo que nunca usei e a Amanda também tem, saiu UM "bob"(o que a pessoa faz com UM???), umas 5 necessaires, maquiagem que nem sei usar, escova de língua que comprei para todos nós e nunca nem abrimos, centenas de "Icy Hot", remédio tipo "Gelol", que devo ter comprado um cada vez que levei um grupo nos últimos 7 anos (1 vidro cheio deve durar uns 3 meses com uso diário…), xuquinhas, liguinhas de silicone, pente fino, palito velho para esmalte, lixa gasta, e o maior volume: cremes e shampoos de hotel. Centenas, literalmente.
Passo uma média de 2 a 3 meses do meu ano em quartos de hotel, então faça as contas. Alguns eu até uso, como os da rede Westin que eu gosto de levar em viagens curtas. Da Disney eu guardava porque eram da Disney. Eu pego todos porque trago, aí com toda a intenção, os sabonetes para colocar nas minhas caixas de sapatos do final do ano e acabo trazendo os líquidos também, que não ponho nas caixas porque nelas não vai nada líquido.
Guardei os sabonetes junto com meu material das caixas. Muito boas intenções, ponto para mim.
Fiz uma sacola gigantesca com todos os que não eram Westin ou já estavam usados e a alegria das Claus (Claudia e Claudiane, minha dupla sertaneja).
Minha intenção inicial era usá-los em casa, para hóspedes e para o lavabo, mas não se consumou. Nunca usei nem para um, nem para outro. Péssimas intenções, portanto.
Em abril eu tinha comprado um kit de produtos de maquiagem minerais. O preço estava bom, a caixa era linda, tinha pincéis e shampoo de lavar pincéis e, o que mais gostei, a promessa de fazer um make que te deixa com cara de quem não está de make, meu estilo predileto. Para dentro da mala, já! Vinha com um DVD, e deixei tudo lá, porque ainda tinha muita maquiagem para usar antes de abrir aquela. Trato que tenho comigo: só abro uma coisa quando acaba a outra.
Mas nesse caso, parei a arrumação e fui assistir o tal DVD. Descobri duas coisas: uma é que o produto era muito melhor do que eu pensava e eu ia ganhar minutos preciosos do meu dia, e a outra é que se eu não tivesse assistido, ia usar errado e perder toda a qualidade, não ia querer usar nunca mais. Parabéns para mim, que estou aprendendo a ler e assistir instruções!
Sabe o que aconteceu? Fiquei com a maquiagem da caixa e no lugar dela tirei, sem brincadeira, uns 10 itens da maquiagem convencional. Meu porta maquiagem ficou até magrelo! Mas muito bem servido, muito melhor que antes.
Eu só consegui acabar a novela do banheiro no dia seguinte, até porque existem muitas coisas além de arrumar as gavetas. Naquele dia fui chegar em casa quase meia noite e o Rodrigo, sempre paciente com minhas invenções, dobrou o lençol com tudo dentro e pôs no chão. O dia seguinte terminou de gavetas arrumadas e vazias, e a bancada com pouquíssimas coisas. Mas agora, tudo tem uma intenção. Tudo. Se tirar mais alguma coisa, realmente fará falta.


Uma vida mais simples não se mede em quantas coisas você tem. Você pode ter muitas. A questão é que elas precisam fazer sentido. Precisam ser intencionais.
Esse processo está mexendo muito comigo, muito mais do que eu esperava. Essa coisa da intenção é fantástica. Simplificar as coisas também não tem sempre a ver com a quantidade de dinheiro que você investe. No caso da maquiagem, por exemplo, eu tinha um monte de produtos de boa qualidade e mais baratos que a os produtos minerais. Mas não estavam me atendendo, eu tinha que usar muito mais produtos para o mesmo efeito que tenho agora com três. Se eu gastava 30 minutos me maquiando, agora são 15. 15 minutos a mais no meu dia rendem muito. Dá para limpar uma gaveta, dá para tomar um chá, dá para ligar para alguém, e principalmente, deixa o meu marido 15 minutos menos agoniado para sair!
Pequenas coisas, todos os dias, e as coisas vão se organizando por dentro e por fora. Decidir sobre o que manter numa gaveta de banheiro é simples. Ou não. Sem que você perceba, precisa pensar no seu dia a dia, tomar algumas decisões, avaliar algumas coisas.
Já dei muitas limpas na minha casa, vivo contribuindo com bazares, bibliotecas e quem mais precisar. Mas agora, a intenção é que manda. Tirei coisas novas, mas que não vieram com boas intenções, ou simplesmente não tinham nenhuma. Cada dia mais minha casa faz sentido.

Olha a diferença em 15 minutos...





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