Até a última gota
Por alguns dias, achei que teria que trocar o nome do blog. Como ser cheia de vida quando perdemos um pedaço de nós? Tenho pensado muito nisso, estado atenta aos meus sentimentos.
Estou achando difícil deixar a morte do meu pai para trás. É como se eu pudesse continuar ali, naquele tempo e naquele espaço, e assim perpetuar um pouquinho mais a existência dele nessa terra.
Se eu fosse fazer um desenho, eu estaria agarrada à lápide de seu túmulo com unhas e dentes.
Parece que existe um sentimento de culpa em deixar nossos mortos para trás, quase como se fosse pecado continuar a vida. Mas não é pecado. Se não fui eu quem morreu, preciso ficar viva. Preciso respirar, sentir, viver, mudar, continuar, levar adiante o legado que ele deixou.
Realmente, tive que rever meu conceito de cheia de vida. Ser cheio de vida é estar de peito aberto para o que der e vier, o que é bom e o que é ruim. O que é péssimo também. É jogar tudo isso num liqüidificador e beber, mesmo fazendo careta, e dali extrair o que preciso para ficar forte e saudável.
Ser cheia de vida é não ter arrependimento do que não foi vivido, e isso eu realmente não tenho.
Especialmente com meu pai, extraí até a última gota dele, e também dei até a minha última gota. Não ficou nada. Aproveitei até o último minuto e me doei até o último minuto.
Tenho uma amiga querida que perdeu sua filha, e ela também foi assim: extraiu e doou na mesma medida. Graças a Deus.
Já faz algum tempo que eu me faço uma pergunta diante de situações difíceis em relacionamentos: o que é isso diante da morte?
Hoje eu só quero dizer isso: aproveite até a última gota. Doe até a última gota. Se não podemos evitar o luto, que ele não seja carregado de arrependimento ou culpa.
Estou achando difícil deixar a morte do meu pai para trás. É como se eu pudesse continuar ali, naquele tempo e naquele espaço, e assim perpetuar um pouquinho mais a existência dele nessa terra.
Se eu fosse fazer um desenho, eu estaria agarrada à lápide de seu túmulo com unhas e dentes.
Parece que existe um sentimento de culpa em deixar nossos mortos para trás, quase como se fosse pecado continuar a vida. Mas não é pecado. Se não fui eu quem morreu, preciso ficar viva. Preciso respirar, sentir, viver, mudar, continuar, levar adiante o legado que ele deixou.
Realmente, tive que rever meu conceito de cheia de vida. Ser cheio de vida é estar de peito aberto para o que der e vier, o que é bom e o que é ruim. O que é péssimo também. É jogar tudo isso num liqüidificador e beber, mesmo fazendo careta, e dali extrair o que preciso para ficar forte e saudável.
Ser cheia de vida é não ter arrependimento do que não foi vivido, e isso eu realmente não tenho.
Especialmente com meu pai, extraí até a última gota dele, e também dei até a minha última gota. Não ficou nada. Aproveitei até o último minuto e me doei até o último minuto.
Tenho uma amiga querida que perdeu sua filha, e ela também foi assim: extraiu e doou na mesma medida. Graças a Deus.
Já faz algum tempo que eu me faço uma pergunta diante de situações difíceis em relacionamentos: o que é isso diante da morte?
Hoje eu só quero dizer isso: aproveite até a última gota. Doe até a última gota. Se não podemos evitar o luto, que ele não seja carregado de arrependimento ou culpa.
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