Organizando o cardápio... e meu tempo!

Em 2011, quando tive o privilégio enorme de participar com outras 29 mulheres do treinamento do Instituto Haggai de Maui, fui surpreendida várias vezes. Aquilo que eu estava ansiosa para ouvir, que eu achava que precisava aprender, pouco me acrescentou. Mas aqueles assuntos que eu achava que dominava... esses mexeram muito comigo.

Um deles foi administração, ou mordomia. Administração de recursos, talentos e tempo. De que maneira eu estava utilizando esses 3 pontos. Desde então, comecei a fazer pequenas e constantes mudanças na minha vida, buscando otimizar o que está nas minhas mãos. Sabe aquelas propagandas "mais tempo pra você"? Mais ou menos isso. Eu queria mais tempo para me relacionar com as pessoas.

Já faz um tempo que sou organizada em relação à alimentação em casa. Faço cardápios e tudo o mais.  Mas só fazer cardápio não estava adiantando. Muitas vezes me vi triste da vida na frente do cardápio porque estava morta, ou só com preguiça mesmo. Uma receita simples, mas que precisasse picar alguma coisa, poderia me levar facilmente às lágrimas, dependendo do nível de cansaço. Depois veio um tempo de dieta feita por nutricionista, e aí, que maravilha... cardápio pronto! Mas cansa, né? Sempre a mesma coisa, a mesma comida...

Pensei em congelados. Os de supermercado são artificiais demais, servem para uma ou outra ocasião, mas jamais para comer regularmente. Fazer e congelar, trabalho duplo: faz depois tem que esquentar.
Outra coisa que me chateia: compro a carne congelada. Descongelo, faço e sobra. Congelo o que sobrou, e fica bem esquecido no fundo do freezer. Um dia abri meu freezer e percebi que nem sabia o que estava lá. Pelo menos descobri o buraco negro onde meus potes estavam se escondendo. Muitos restinhos que não faziam uma refeição, algumas coisas até indecifráveis.

Limpei o freezer e meu amigo Pinterest veio em meu socorro. Descobri milhares de idéias para congelar a comida antes de preparar. Tipo assim, pica tudo, tempera, fecha no ziploc e no dia de fazer, descongela e assa, grelha, põe na panela de pressão, o que quiser. Não são dois trabalhos, porque é só picar as coisas e temperar. Quando for comer, faz. O que mais gostei: não tem gosto de comida congelada, porque os ingredientes são frescos.  Caramba, que mão na roda. O desperdício é praticamente zero, até porque as coisas não estragam na geladeira antes de você usar.

Elevei meus cardápios a novo nível: agora eu faço o cardápio, compro os ingredientes, as carnes descongeladas, já congelo nos plásticos a porção certa, sempre sobrando um pouquinho e deixo umas refeições em aberto, que servem para inventar uma outra coisa, rearranjar, fazer um festival de sobras ou simplesmente comer fora. Passei a economizar MUITO em dinheiro, tempo e esforço mental. Minhas saladas ficam mais caprichadas, porque o prato principal está resolvido.

É claro que isso tem um custo de tempo, mas quando pus na balança vi que era menor do que ficar catando as coisas, preparando e fazendo na hora. Agora é assim: vou às compras e separo um dia. Gasto em média 4 horas. Às vezes faço em duas noites. Se você só tiver faxineira acho que é bom que seja nesse dia, depois ela limpa tudo pra você. Compro peitos de frango, que estão na maioria das refeições, com osso e sem pele. Retiro os ossos e com eles faço um caldo de frango pra usar no lugar do tablete: ponho as carcaças na panela, cubro com água, coloco sal, alho, cebola, os temperos que eu quiser, ligo no fogo baixo e esqueço lá. Depois a carne que sobrou nas carcaças ainda dá uma canja. E o caldo fica uma delícia, natural, dá pra tirar a gordura, se quiser, e pode congelar tranquilamente, até no saquinho de ziploc. A carne já corto em bifes e congelo as porções, ou a peça inteira se for para assar. Se o marido for que nem o meu, é melhor ainda, dá a maior ajuda. A gente põe a conversa em dia, toma um vinho...

Pode ser carne, frango, com molho, sem molho... Qualquer coisa que possa ser congelada vale.
Esse mês programei alguns especiais, como fajitas de frango. É só descongelar, colocar na panela ou no forno e rechear as tortilhas (uso aquela massa de pizza de frigideira).

Muito bom! Mas sem neuras: flexibilidade é tudo. Hoje mesmo era sopa. Com esse calor, estou indo ali na cozinha ver o que vou inventar. Mais tempo pra mim quer dizer mais tempo com meu marido, minhas filhas, minha mãe, irmãos, amigas e amigos. Minha casa tem comida fresquinha, que não exige nenhuma habilidade culinária avançada (pode comprar o filé de peito já cortado, não é crime. Só não pode ser congelado.), e todos ficamos felizes. É especial sentar para comer algo que você preparou com carinho para a sua família. Essa frase para mim é muito importante, está grudada em volta da minha mesa:

As memórias mais profundas são feitas quando reunidos em volta da mesa.

Cada pessoa tem um ritmo e um jeito de fazer as coisas, e esse esquema dá para adaptar de mil maneiras. Só não vale mais desperdiçar e perder tempo e dinheiro. Deu tão certo que mês passado até salmão comemos!

Hoje venci todos os meus frangos, está tudo prontinho no meu freezer, lindo de viver. Só uma amostra pra vocês:




Se quiserem receitas, eu posto. Tenho tempo!