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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

Até a última gota

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Por alguns dias, achei que teria que trocar o nome do blog. Como ser cheia de vida quando perdemos um pedaço de nós? Tenho pensado muito nisso, estado atenta aos meus sentimentos. Estou achando difícil deixar a morte do meu pai para trás. É como se eu pudesse continuar ali, naquele tempo e naquele espaço, e assim perpetuar um pouquinho mais a existência dele nessa terra. Se eu fosse fazer um desenho, eu estaria agarrada à lápide de seu túmulo com unhas e dentes. Parece que existe um sentimento de culpa em deixar nossos mortos para trás, quase como se fosse pecado continuar a vida. Mas não é pecado. Se não fui eu quem morreu, preciso ficar viva. Preciso respirar, sentir, viver, mudar, continuar, levar adiante o legado que ele deixou. Realmente, tive que rever meu conceito de cheia de vida. Ser cheio de vida é estar de peito aberto para o que der e vier, o que é bom e o que é ruim. O que é péssimo também. É jogar tudo isso num liqüidificador e beber, mesmo fazendo careta, e dali extr

Profundidade, eternidade, eterna novidade

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Há 37 dias meu sangue dói. Não mais o tempo todo, mas de vez em quando me paralisa e corta meu ar, como agora, ao ler minha irmã descrevendo o dia 04/01. O Deus em quem eu creio é um Deus de coisas novas. Todo dia de manhã as misericórdias Dele são novas sobre nós. Se alguém está em Cristo, é nova criatura. Deixando as coisas que passaram, prosseguimos para o alvo. E em Apocalipse, João conta que sentado em seu trono de absoluta glória, Ele diz: "Eis que faço novas todas as coisas". Faço novas todas as coisas... sempre li e repeti isso com alegria, com alívio. Agora não. Em menos de dois meses de ano novo, perdi meu pai, o dono do meu escritório pediu a sala de volta, minha filha está indo passar 1 mês na Índia, meu marido está com emprego novo... Não sobrou nada da minha velha vida. Nada onde me segurar, nada em que me apoiar. Nada mais é como antes, das minúsculas às gigantes coisas. E então, comecei a perceber como isso é dolorosamente bom. Assim... é horrível. A sit