Até a última gota
Por alguns dias, achei que teria que trocar o nome do blog. Como ser cheia de vida quando perdemos um pedaço de nós? Tenho pensado muito nisso, estado atenta aos meus sentimentos. Estou achando difícil deixar a morte do meu pai para trás. É como se eu pudesse continuar ali, naquele tempo e naquele espaço, e assim perpetuar um pouquinho mais a existência dele nessa terra. Se eu fosse fazer um desenho, eu estaria agarrada à lápide de seu túmulo com unhas e dentes. Parece que existe um sentimento de culpa em deixar nossos mortos para trás, quase como se fosse pecado continuar a vida. Mas não é pecado. Se não fui eu quem morreu, preciso ficar viva. Preciso respirar, sentir, viver, mudar, continuar, levar adiante o legado que ele deixou. Realmente, tive que rever meu conceito de cheia de vida. Ser cheio de vida é estar de peito aberto para o que der e vier, o que é bom e o que é ruim. O que é péssimo também. É jogar tudo isso num liqüidificador e beber, mesmo fazendo careta, e dali extr