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Mostrando postagens de 2017
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Não, não foram dias fáceis. Na verdade, foi uma caminhada de dor. Quando tive a ideia de ensaiar uma cantata de Natal com minha galera, e dar a eles a oportunidade de sentir como é maravilhoso dar, sabia que não seria fácil, mas não sabia como seria a jornada. Nos últimos três meses o que vi foi a manifestação brutal da humanidade sem Deus. Um pai assassinado, ameaças de morte (não a mim, mas a um garoto de 11 anos), uma adolescente grávida perdida para o crack, tentativa de assassinato, agressão, acusação de estupro, roubo, drogas, drogas, e um pouco mais de drogas. Não era filme, era a rotina. É ainda. Se não fossem os anos de experiência com os planos totalmente improváveis que Deus coloca na minha cabeça, o dia de ontem não teria acontecido. Acho que não chegamos a ensaiar nem 15 vezes nesses 3 meses, e sempre foi no meio do caos, gente entrando e saindo, caindo e levantando, sofrendo. Tenho certeza que quem acompanhou e ficou junto até o fim sabia que eu só podia estar ven

Para Pedro, Fernanda e Patrícia

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Sexta-feira, duas e meia da tarde, meu whatsapp treme... " Tia Cla, chamaram toda a família lá no hospital, você leva a gente?" Terminei de engolir o que comia e fui. Um caminho tão conhecido, nem dá para contar quantas vezes fui até lá buscar e deixar duas meninas fofinhas, uma tímida e uma faladeira que só ela. Fomos a tantos lugares juntas, fizemos tantas coisas! Foram muitas risadas, muito amor espalhado, muitas crianças conhecendo a Jesus, a começar delas mesmas. Quando entraram no carro, aquelas duas jovens mulheres de repente viraram de novo minhas pequenas. Só que em vez de ir a algum lugar divertido, elas estavam indo se despedir do pai tão amado. Deus recolheu aquele pai para si, talvez no dia mais difícil de todos: foi sepultado no dia dos pais. A mãe delas me enchia de perguntas, chorando com e por suas crias. Sua pergunta mais insistente era: será que sou uma boa mãe? Sim, você é uma ótima mãe. A maneira como os filhos encararam a situação mostrou que os pai

Beleza Colateral

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Há um tempo Will Smith lançou um filme que foi detonadíssimo pela crítica: Collateral Beauty, traduzido como Beleza Oculta. Na tradução do título já ficou metade do sentido do filme. Caso você não tenha ouvido falar, é a história de um homem que perde a filha e fica bem pirado. Escreve cartas para o Amor, o Tempo e a Morte, que vêm responder pessoalmente. Como sempre acontece, se a crítica odeia, eu amo. O que a Morte, o Tempo e o Amor têm a dizer são pérolas preciosas. Mas a frase que dá o título ao filme não me sai da cabeça: "Certifique-se de perceber a beleza colateral". Essa frase quem ouve é a mãe de uma menina morrendo de câncer no quarto em frente. A beleza colateral. A beleza como efeito colateral da morte. Há beleza na morte? Na morte em si não vejo, mas quanta beleza vejo surgir a partir dela. Na natureza, a semente morre e nasce a planta. Na vida, as pessoas morrem e seus frutos aparecem. O processo de morte aproxima os vivos, restaura relacionamentos, dá u

Listen to Your Heart

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Roxette foi uma das bandas que marcou minha adolescência. Quando fui morar nos Estados Unidos, sozinha numa cidade de 12.000 habitantes e onde de uma casa não se avistava outra, minha "mãe" percebeu tanto minha solidão quanto meu amor por música e me levou a uma loja de partituras e instrumentos. Saí de lá com a partitura de "Listen to your heart" nas mãos, e pobres pais postiços... Me ouviam tocar dia e noite, non stop. Aos 18 anos tudo na vida tem uma carga emocional gigante, e aquele momento marcava rompimentos e inícios na minha vida. Então, lá estava eu, ao piano, dia e noite.... "Listen to your heart... when it's calling for you.... listen to your heart...nothing else you can do..." Nunca fui muito fã de ouvir o coração, porque ele gosta de nos colocar em grandes furadas. Depois dos 18 anos e alguns grandes problemas em decorrência de simplesmente seguir o coração me tornei uma pessoa um pouco mais racional. Muito mais racional. Às vezes

De Geração em Geração

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Todo ano, a mesma história... só um bolinho. E acaba sendo uma festa super legal. No décimo terceiro aniversário da Alice, não foi diferente: 5 amigos, somente a família, pizza e sorvete. E um toque da mamãe. Mas dessa vez não é sobre isso o post, e sim sobre o que aconteceu aqui no sábado à noite. Alice e amigos sentados no sofá. Amanda e sua turma, em volta da mesa da sala. E nós, os chamados adultos da família, empoleirados na mesa da cozinha. E ali, no meio da animação generalizada, comecei a pensar na vida. Há alguns anos atrás, seriam a turma dos meus pais, a dos meus irmãos e a minha porque, como a Alice, minha diferença de idade é (era, hoje não faz diferença) grande em relação aos meus irmãos. E assim como sábado, as melhores risadas seriam na mesa da cozinha. Enquanto a turminha de amigos no sofá está entrando numa fase de descobertas e onde a opinião dos outros é capaz de definir o comportamento de cada um, a turma da mesa da sala já está numa fase mais desencan

Marinate Your Dreams - Marine Seus Sonhos

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Marinate your Dreams - marine seus sonhos. Ouvi essa frase num podcast hoje e ela me pegou de jeito.Uma pessoa estava contando a história do sonho dela que está completando 10 anos desde que saiu do papel, uma linda história de luta, loucura, dor e alegria. Tudo começou com uma ideia num guardanapo. A dona do sonho seguiu contando a trajetória, e a parceira dela saiu com essa expressão, "marinate your dreams". (Era uma conversa em inglês) Marinar é pegar um alimento e transformá-lo com temperos, fazendo seu sabor crescer esperando o tempo necessário para que esse alimento incorpore os sabores dos outros ingredientes. É preciso deixar ali, descansando, por muitas horas, uma noite ou até mais de um dia. Esse processo é interessante. Acontece uma fusão de sabores e possibilidades que só o tempo cria. Veja só: pegue seu sonho, escrito num guardanapo, num caderno, nas notas do telefone ou do computador, e coloque tempero. Pense nas possibilidades. Acrescente outras coisa

Até que enfim te achei, Bullet Journal!

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Melhor coisa do meu mundo: descobrir alguém que soube traduzir o que eu estava querendo (dizer ou fazer)! Gosto muito de ter a vida organizada. Não tenho TOC organizacional, nem sei organizar armários e gavetas milimetricamente. Meus armários e gavetas tem lógica, mas são meio bagunçadinhos. Tenho cardápios para todos os dias, coisas a fazer, projetos que quero desenvolver, livros que quero ler, aniversários que não posso esquecer... ou seja, sou uma mãe de família normal que procura uma maneira de se organizar. Esse ano já tinha pensado: vou manter meus compromissos na agenda do celular, que não me deixa esquecer, e vou arrumar um caderno que vou usar para tudo. Chega de um para cardápio, outro para relação de livros e por aí vai. A cada mais ou menos 6 meses me encontro com minha lista de livros para ler, por exemplo. E lista de ideia de presentes? Devo ter umas 10 e nunca estão por perto. Peguei um caderno antigo e já comecei a jogar um monte de coisas lá. Aí... Estava naveg

Magia Profunda + "Freedom is Not Free" = 2016

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Acredito não ser necessário acrescentar qualquer palavra sobre 2016 e seu surrealismo. Decidi que a partir de agora 2016 é um adjetivo. Quando não souber descrever uma coisa muito louca, direi: "cara, isso é muito 2016..." No primeiro filme de Nárnia as personagens citam várias vezes a "magia profunda". Acredito que em 2016 fui iniciada nela. Foi um ano onde respostas fáceis e pré formuladas simplesmente não serviram e que exigiu de mim muita meditação e reflexão. Escrevi pouco porque foi tempo de ouvir, e não de falar. Fiquei 6 meses mergulhada em salmos, meditando em coisas difíceis de engolir com o paladar do meu cristianismo superficial. Essa mesma postura simplista (ou simplória) diante das situações e circunstâncias tiveram que receber um tratamento de choque diante da amplitude e da profundidade dessa coisa chamada vida. Nada é como antes, tudo é mais profundo. Um pastor falou que quanto mais profundo, mais simples fica, e é verdade. Entre tantas o