A noite do Ogro

Sem postar desde junho, não por falta do que falar, com certeza. Depois de muitos frangos, Rodrigo perdeu 18 quilos e eu, 6. Amanda voltou do Hawaii e entrou no frango, mas ainda não sabemos quanto perdeu. Viagens aconteceram, grupos, tantas coisas! Só que agora vou falar da noite do Ogro.

Rodrigo é fã de carteirinha de UFC. Eu... Não consigo assistir uma luta. No primeiro soco tampo os ouvidos (como se fizesse alguma diferença!) e corro para o mais longe possível da TV. A última luta do Anderson Silva foi contra o tal do Chael Sonnen, um cara muito chato que desrespeitou a família do Anderson e a todos os brasileiros. Sendo assim, eu torcia para o Spider dar um pau bem dado nele, mas não a ponto de assistir.

Bom...há vinte e poucos dias atrás foi anunciada a luta: Jon Jones, o melhor lutador disparado dessa geração contra...Vitor Belfort, o maior lutador brasileiro (sim, o Spider ganhou dele, mas eu o considero muito melhor). Dali a três semanas, em Toronto, Canadá. Rodrigo surtou. A grana está curta, mas tem milha, tem negociação com hotel, com carro... E eu falei para ele arrumar companhia e ir. Ele TINHA que ir. Primeira opção, óbvio, Amanda, que também curte muito. Segunda opção, o João, nosso funcionário-amigo-irmão. Mas nenhum deles tinha visto canadense, que leva uma eternidade para sair. E eu lá, fingindo de morta.

Quando ele ficou amuado, triste por não ter companhia, resolvi fazer uma loucura. Me ofereci para ir. Estava guardando um dinheiro para uma surpresa para ele, mas vi que isso seria muito melhor. E agora estou escrevendo dentro do avião, voltando para casa. Foi surreal.

Saí de Brasília ressabiada. Cheguei em Toronto com um medinho. Descobri que estávamos no mesmo hotel de TODOS os lutadores da noite e suas equipes, e o coração acelerava de medo toda vez que via um  negão altão (deixa eu chamar de negão, juro que não é preconceito! Acho ele bem charmoso). O Jon Jones é enorme! O Rodrigo só curtindo, feliz que nem pinto no lixo.

Para amenizar, comecei a filosofar sobre a noite em questão, os lutadores, a torcida... E cheguei à seguinte conclusão: noite de UFC é noite de ser Ogro. Bem Shrek mesmo. É hora de urrar, delirar, soltar seus instintos mais primitivos. Sem medo de ser feliz, sem se importar com "civilidades". E fui para o Air Canada Centre APAVORADA, mas decidida a viver minha noite de Fiona. Acertei na minha interpretação, mas fui surpreendida pelo cuidado no "Fair Play ". Os juízes ficam em cima para que a coisa não saia do limite. Tem muito sangue, muito desmaio, mas é tudo bem controlado. É "ogro calculado"!

Bom, sofri, quis sair correndo como corri da Monga - história longa -, tive vontade de vomitar, de invadir o óctogono para acudir o brasileiro que foi nocauteado e desmaiou, depois para comemorar com o Vinny Magalhães, meu herói: ganhou a luta e ninguém sangrou! E torci, gritei e aplaudi muito. Depois de 5 HORAS de lutas, chegou a hora. Meu coração disparou, o estômago virou, comecei a tremer. Enquanto passava o Vitor no telão eu tentava segurar o IPhone sem deixar cair. E aí começou a música. E a Fiona baixou de vez. Eu gritava como Ogra, junto com milhares de Ogros. Meu coração entrou na batida da música, pesada, linda. O resto todo mundo viu.

O que vocês não viram foi a gente se retorcendo na cadeira, meu Shrek branco, tenso, foi uma tensão alucinante. Vitor Belfort não ganhou, mas levou. O cara é muito querido, até o Jon Bones Jones gosta dele.  Fiona me deixou assim que acabou a luta. Ficou só o nó na garganta pela derrota, a vontade de correr lá pra consolar o Belfort, ou de ter o poder de voltar o tempo para que ele pudesse ganhar. Subi numa cadeira (sobrou um restinho de Fiona...) perto da saída do octógono e quando ele passou aplaudimos e gritamos muito.

Chegando no hotel, ficamos ali vendo os lutadores, tiramos umas fotos, consolamos o Charles (o que foi apagado) e ficamos por ali, esperando. Umas duas horas depois, Jon Jones chegou, sem muita festa. Foi quando vi o Belfort chegando. Corremos para pegá-lo ainda fora do hotel. Estávamos nós e mais um grupinho de uns 6 ou 7 brasileiros. E a primeira coisa que ele fez foi pedir desculpas. Eu chorei. Depois eu ri. "Desculpa? Que desculpa, foi uma honra te ver lutar!" E foi mesmo. Dali já não deu para dizer mais nada, porque o ajuntamento foi crescendo e crescendo. Acho que ele achou que ninguém ia dar muita bola pra ele, mas foi difícil chegar no elevador. Belfort é o cara.

Eu caí na besteira de dizer para o Rodrigo que se essa luta acontecesse de novo eu iria com ele outra vez. Pois hoje qual não foi a minha surpresa ao ver o twitter do Vitor dizendo que quer lutar com o cara de novo.... Estou perdida, vou ter que viver outra noite de Ogro!!! Para provar o que estou falando, vou postar o video do momento em que os Ogros-mor da noite estão sendo apresentados. Reparem no ogro de azul na minha frente. Ele é brasileiro. Ri de chorar ao rever o video, ao gravar nem vi que ele estava lá. Depois me digam se essa pessoa estava no seu normal! Ogro total!!!





Comentários

Unknown disse…
além de querida, ungida, simpática ainda escreve que é uma maravilha???? ahhhh fala sério!!!! divide um pouco esses dons!!!! kkkkk te amoooooo que delícia ler seus textos, mesmo quando é sobre lutas (que também fujo, tenho verdadeira paúra!!!). Escreve um livro.... você tem muita história pra contar e por quê não? Um guia com suas dicas de viagens... te amo amo amo... beijos amada!!! Magda Calipo
Unknown disse…
KKKKKKKKKKK O cara de azul é uma peça. Mas espero não viver noite de Fiona. Tô foríssima. Posso até esperar na porta do hotel. Disso eu ia gostar. KKKKKKKKKK de novo.

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