Comer, Rezar, Amar - versão remediada (e com receita boa!)

Ainda bem que não dá para fazer todo dia!









Ontem à noite me deu uma vontade de comer uma coisa diferente e gostosa... Comecei a passear pelo Pinterest e aquele negócio lê pensamento, né? Fui entrando pelas camadas desse universo paralelo e encontrei a French Toast.

Para quem não conhece, é uma prima sem graça da rabanada. Mas preparada com os acompanhamentos certos, é show de bola. Encontrei esse pin, com 22 receitas diferentes e comecei a babar. Encontrei uma receita com bacon - e bacon é vida - e informei que teríamos french toast no café da manhã.

De manhã a Alice veio cedo confirmar a informação, e lá fui eu. Quando entrei no link da receita que escolhi, percebi que era um site de comidas dos sul dos Estados Unidos. Engana-se quem acha que a culinária americana se resume a fast food. Ela é muito rica e variada, e a "southern kitchen" é uma delícia. Foi nesse momento que tive um estalo: gente, eu vivi um Comer, Rezar, Amar e nunca me dei conta disso! Tá bom que foi uma versão remediada: eu não tinha a grana dela, durou só 6 meses e foi tudo ao mesmo tempo agora e no mesmo lugar. Tá bom também que eu só tinha 17 anos e nem ao menos tinha uma carreira. Mas valeu demais, mudou minha vida!

Nos seis meses que passei na Carolina do Norte eu comi, rezei e amei. Foi uma experiência gastronômica riquíssima, que me rendeu 13 quilos e piadas eternas. Até hoje sou a "filha forte", graças ao porteiro que avisou meu pai que a filha forte dele já tinha pego as cartas. Ele foi muito delicado, mas nessa casa a zoação é forte (muito mais que a filha), e até hoje eu sou essa. A coisa foi tão séria que minha mãe não me reconheceu quando desci do avião. Tudo mundo me dando tchauzinho e ela: "não gente, aquela não é a Clarice não!" Está filmado, a qualquer momento vai aparecer na rede social de algum irmão.

Assim como Elizabeth Gilbert, saí do meu país em busca de mim mesma. Me dei o direito de viver sem culpa e sem pressão. Naquele lugar encontrei um ambiente acolhedor e propício para me refazer e reencontrar. Ali encontrei com Deus, ali remendei minha alma. E comi. Mamma mia, como comi. Comida é algo que tem alma e está intimamente ligada às nossas memórias. Eu tinha em casa um adesivo na parede que dizia que as memórias mais profundas são criadas em volta de uma mesa. Acredito muito nisso.

E assim como viajei nisso tudo, no instante seguinte estava de volta à minha cozinha. Com ingredientes relativamente fáceis e uma receita simples, criei um café da manhã do presente com jeitinho de boas lembranças. Tomara que seja parte das memórias da família. Das minhas será, porque olha... foi de comer de joelho. Vou até dar a receita.



Para 4 porções:

- 8 fatias de pão de forma sem casca
- 12 fatias pequenas de bacon
- 2 ovos grandes
- 1/4 xícara de leite
- 1/2 colher de sopa de essência de baunilha
- 3 colheres de sopa de cream cheese
- 2 colheres de sopa de açúcar mascavo
- 3 colheres de manteiga para fritar
- mel
- açúcar de confeiteiro (ou refinado, se não tiver)







Se você tem a peça de bacon, e não bacon fatiado, corte o mais fino que puder.



Para que o bacon fique sequinho, eis a mágica:



cubra um prato com papel toalha, acomode o bacon,















cubra com duas ou três camadas de papel e use o microondas. Dica: cubra bem com o papel, ou o seu microondas vai ficar um horror.









Vou de minuto em minuto, abrindo para checar se está no ponto que eu quero.

















Misture o cream cheese e o açúcar mascavo














Tire a casca das fatias de pão e passe uma camada fina do cream cheese - importante que seja fina. Coloque as fatias de bacon e feche o sanduíche.



Misture os ovos, o leite e a essência de baunilha e passe os sanduíches nas mistura. Os pães não podem ficar encharcados demais, então já deixe uma frigideira com a manteiga derretendo.



Frite os pães, dourando de cada lado e se conseguir, nas laterais também.






































Tire da frigideira, passe pelo papel toalha. Corte cada sanduíche no meio, derrame um pouco de mel sobre eles, e polvilhe um pouquinho de açúcar de confeiteiro. Delicie-se, crie memórias. Coma, reze e ame, mesmo se não tiver como ir nem à esquina.





















Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Poupar, estocar, economizar

A mulher que eu era