A boca fala do que está cheio o coração...
São 4:48 da manhã, estou na casa dos meus pais. Meu pai está sofrendo com suas dores, e minha mãe pediu socorro. Agora os dois estão dormindo e eu de plantão. Vai que eu durmo e eles não conseguem me acordar. Grande ajudante...
Então resolvi vir para o computador, e já que estou aqui, por que não postar?
O pior é que quando estava deitada tive uma ideia ótima para um post, agora cheguei aqui e não lembro de jeito nenhum!
Não tinha nada a ver com os joelhos do papai.
...
Comecei o post dia 24/06, e só hoje consigo continuar. Aquela noite foi um caos, e as outras seguintes também, até que ontem ele finalmente começou a melhorar.
Passei uma outra noite com ele, de sábado para domingo. Passei mesmo, cheguei lá um pouco depois das 23:00 e só consegui realmente dormir quando voltei para casa às 7 da manhã do dia seguinte. Glória a Deus pelos 75 passos que separam as nossas casas (pasmem, quem contou os passos não foi um Ziller, foi um Tenório!!!)
Bom, o problema todo do meu pai vem de uma vida livre de substâncias alucinógenas...rsrsrsrs
Nós rimos dele dizendo que não usou drogas na juventude agora anda curtindo altos baratos. Ele experimentou dois novos remédios que o tiraram completamente da realidade por 3 dias. E dessa vez, além de viajar na maionese, ainda perdeu o controle muscular e ficava se debatendo muito.
Se eu disser que foi legal, não foi. Foi muito ruim ver meu pai naquela situação de total descontrole, meu coração partia. Mas depois fiquei pensando na experiência de uma outra maneira, e foi muito interessante.
A Bíblia diz que a boca fala do que está cheio o coração, e é verdade. E num momento de consciência alterada como a dele, podemos ver o que realmente enche o coração de uma pessoa. E o que vi foi mesmo impressionante.
Em todos os dias que ele passou viajando (sim, foram dias. E noites.), eu não ouvi em nenhum momento um palavrão, ou qualquer obscenidade ou impropriedade. O que ouvi foram coisas engraçadas que faziam o tempo até andar mais rápido. Gente, ele dirigiu culto, chamou os pastores Misael e Euler, orou, solicitou mudanças na igreja, me deu conselhos sobre a empresa, disse para os malandros que se se aproximassem de nós de novo ele ia chamar a polícia, conversou com o Aristoldo (com esse nome, poderia ser parente, mas era parente imaginário), riu do Lúcio, afinal como poderia tê-lo reconhecido se ele engordou e cortou o cabelo...Tentou levantar inúmeras vezes para ir trabalhar, solicitou relatórios, organizou grupo para a Disney, aprontou um verdadeiro auê. E quando ele já estava tão pra lá de Bagdá que não conseguia dizer coisas compreensíveis, ele ficava murmurando um monte de coisas e terminando a frase com uma risadinha. Sempre a risada. Sempre engraçado. Sempre com bom humor.
Fiquei pensando o que eu diria se estivesse fora de mim. O que está no meu coração?
Que Deus me ajude a ter um coração tão bom quanto o do meu pai!
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Então resolvi vir para o computador, e já que estou aqui, por que não postar?
O pior é que quando estava deitada tive uma ideia ótima para um post, agora cheguei aqui e não lembro de jeito nenhum!
Não tinha nada a ver com os joelhos do papai.
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Comecei o post dia 24/06, e só hoje consigo continuar. Aquela noite foi um caos, e as outras seguintes também, até que ontem ele finalmente começou a melhorar.
Passei uma outra noite com ele, de sábado para domingo. Passei mesmo, cheguei lá um pouco depois das 23:00 e só consegui realmente dormir quando voltei para casa às 7 da manhã do dia seguinte. Glória a Deus pelos 75 passos que separam as nossas casas (pasmem, quem contou os passos não foi um Ziller, foi um Tenório!!!)
Bom, o problema todo do meu pai vem de uma vida livre de substâncias alucinógenas...rsrsrsrs
Nós rimos dele dizendo que não usou drogas na juventude agora anda curtindo altos baratos. Ele experimentou dois novos remédios que o tiraram completamente da realidade por 3 dias. E dessa vez, além de viajar na maionese, ainda perdeu o controle muscular e ficava se debatendo muito.
Se eu disser que foi legal, não foi. Foi muito ruim ver meu pai naquela situação de total descontrole, meu coração partia. Mas depois fiquei pensando na experiência de uma outra maneira, e foi muito interessante.
A Bíblia diz que a boca fala do que está cheio o coração, e é verdade. E num momento de consciência alterada como a dele, podemos ver o que realmente enche o coração de uma pessoa. E o que vi foi mesmo impressionante.
Em todos os dias que ele passou viajando (sim, foram dias. E noites.), eu não ouvi em nenhum momento um palavrão, ou qualquer obscenidade ou impropriedade. O que ouvi foram coisas engraçadas que faziam o tempo até andar mais rápido. Gente, ele dirigiu culto, chamou os pastores Misael e Euler, orou, solicitou mudanças na igreja, me deu conselhos sobre a empresa, disse para os malandros que se se aproximassem de nós de novo ele ia chamar a polícia, conversou com o Aristoldo (com esse nome, poderia ser parente, mas era parente imaginário), riu do Lúcio, afinal como poderia tê-lo reconhecido se ele engordou e cortou o cabelo...Tentou levantar inúmeras vezes para ir trabalhar, solicitou relatórios, organizou grupo para a Disney, aprontou um verdadeiro auê. E quando ele já estava tão pra lá de Bagdá que não conseguia dizer coisas compreensíveis, ele ficava murmurando um monte de coisas e terminando a frase com uma risadinha. Sempre a risada. Sempre engraçado. Sempre com bom humor.
Fiquei pensando o que eu diria se estivesse fora de mim. O que está no meu coração?
Que Deus me ajude a ter um coração tão bom quanto o do meu pai!
Comentários
Sou mais trágica que você: para mim, a experiência foi horrível, mas a integridade dele falou ao meu coração também.