Escolhendo palavras...

31 de outubro de 2010. Dia de votar de novo. Se no primeiro turno fui votar cheia de alegria e esperança, hoje não foi assim.
Estou aqui escolhendo bem minhas palavras, porque não gosto de ofender ninguém, mas não tenho muitas escolhas. A verdade é que hoje estou com vergonha de ser brasileira. Muita vergonha.
Amanda me falou: "ué, mãe, eu já sabia que isso ia acontecer..."
Eu também já sabia, mas eu tenho esperança, sempre. Até que um fato seja concreto, tudo pode acontecer. Não sofro de véspera, jamais.
A minha vergonha não é por uma questão ideológica, por gostar ou não da Dilma ou de quem quer que seja. O que dói meu coração é ver que as pessoas não se importam se estão sendo abertamente roubadas, vendo a justiça ser descaradamente corrompida, as leis serem subestimadas e desprezadas. É ver que o que importa é a economia. O bolso está cheio? O resto não me afeta.
No fim do ano passado ouvi uma frase de uma mulher que nem sei quem é que me marcou. Ela disse que o brasileiro tem uma característica que se torna um grave defeito: o querer se  dar bem em tudo. Querer tirar vantagem em tudo não é um problema em si, mas se essa vantagem se estende apenas ao seu círculo de relacionamento, isso é corrupção.

É isso aí, não tem muito como escolher as palavras, nem ser muito delicada. Estou com vergonha, e muita.
Mas eu sei que nosso país está mudando. O brasileiro é inteligente, aprende rápido. Eu não vou perder a esperança, porque isso não me pertence. Vou continuar fazendo a minha parte.

Para finalizar o post, eu queria dizer que muitos dizem que a religião e o fanatismo emburrecem as pessoas, e eu concordo. Mas é preciso esclarecer que é a religião que emburrece, e não um relacionamento verdadeiro com Deus. Em muitos momentos na Bíblia somos chamados a ouvir, reter o que é bom, analisar todas as coisas. "Crente" pode ser burro, um cristão verdadeiro jamais.
Isso me dá esperança. Muitos brasileiros estão se achegando a Deus. Cada vez mais pessoas serão capazes de interpretar corretamente fatos e acontecimentos , e não serão mais levados pela correnteza.
Envergonhada, sim. Sem esperança, jamais.
Chegará o dia em que nosso governo será justo, em que os países de ponta nos olharão novamente com respeito, e as nossas alianças serão com aqueles que podem nos ensinar e abençoar. É uma questão de tempo.

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