Muitas, muitas caixas...

Está chegando a melhor época do ano: Natal.
Eu fico o ano todo esperando começar o horário de verão, que amo de paixão. Tá certo, acordar de noite ainda não é muito bom, mas chegar em casa de dia depois do trabalho é um tudo. Além disso, apesar de ser uma pessoa bem "notúrnica", gosto de dias longos. Como dias de verão na Europa, que vão até 10 da noite. Acho uma delícia. Já os dias curtos de inverno me deixam meio deprê. Apesar de branquela, sou uma pessoa totalmente solar.
Mas não era sobre nada disso que eu ia falar!!!!!!
Voltando ao início, fico esperando o horário de verão, porque com ele chega o tempo das caixas.
A partir de agora, minha vida são caixas. Só falta me vestir de caixa. Tudo que faço é pensando nelas. Se vou gastar algum dinheiro, penso em quantas poderia montar.
As caixas são as nossas caixas de sapatos da Operação Criança do Natal. Há oito anos fazemos essa "operação", que é bem delicada. Um grupo de crianças ensaia uma cantata de Natal. Enquanto isso, toda a nossa igreja, e mais algumas igrejas e pessoas estão mobilizadas coletando caixas, embrulhando, e enchendo com todo tipo de presentinhos: bonequinhas, livrinhos, corda, chiclete, lápis, canetinha, sabonete, pente, bolinhas... coisas que são ao mesmo tempo úteis e supérfluas. Caixas cheias, lá vamos nós no nosso super ônibus a escolas, creches, igrejas, hospitais e onde mais pudermos, para apresentar a cantata e distribuir essas caixas para as crianças que assistirem.
Já fomos até Cocalzinho e Águas Lindas. Também ao Hospital de Apoio, onde ficam crianças em tratamento contra o câncer. Escolas lindas e horrorosas. Já ganhamos cartinhas e também já cuspiram na gente.
Passamos calor, frio, fome, sono, exaustão... Mas quando distribuímos as caixas, tudo passa. As carinhas daquelas crianças que nunca ganharam nada, o amor que podemos ver saindo daquelas caixas e a alegria que toma conta delas apaga todo o resto.
Ouvir comentários como o de uma criança de 8 anos saltitando de alegria porque agora "já" ia poder escovar os dentes, ou do outro que saiu correndo com a cuequinha na cabeça, contando que a sua tinha furado e a mãe não podia comprar outra nos traz grande tristeza pela situação e maior alegria por trazer aquilo que era necessário.
Não dá para explicar as caixas. Elas são sobrenaturais. É como se Deus, quando a gente montasse as caixas, desse sua contribuição: uma dose de amor. É quase palpável o amor que sai das caixas. Duvida? Te convido para vir e ver.
Essa distribuição eleva a correria da época à enésima potência. Juntar trabalho com cantata, com Natal, com todas as confraternizações, amigos secretos e afins é uma engenharia. É impossível, mas como eu disse antes, quando cuido das coisas de Deus, Ele cuida das minhas. O fato é que mesmo correndo, eu consigo aproveitar cada minuto dessa época maravilhosa, e não trocaria minha correria por calmaria nenhuma nesse mundo.
Você pode me convidar para viajar para qualquer lugar nessa época, até para o Tahiti, que a minha resposta será não.
Graças a Deus pelo meu marido, que me dá todo apoio. Além de pai é mãe, cuida da minha parte da empresa, se desdobra em mil. Para no final a gente sentar morto no sofá da sala e cantar junto com o André Valadão: "nada se compara"....
se quiser nos ajudar, este clipezinho diz o que pode e não pode ter dentro das caixas:

http://www.youtube.com/watch?v=uxbhCyrC53U

Comentários

Unknown disse…
Não esquece de mim esse ano!! Quero ajudar e ir com vocês aonde for!! To topando qualquer parada!
Beijos

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